[Mangá Time] As Guerreiras Mágicas de Rayearth (Mahou Kishi Rayearth / Majikku Naito Reiaasu)




Atenção! Possibilidade ENORME de ter spoilers!


Resumo: Durante um passeio escolar na Torre de Tóquio, três estudantes do segundo ano ginasial de escolas diferentes - Hikaru Shidou, Umi Ryuuzaki e Fuu Hououji - são repentinamente levadas para um outro mundo, ao verem um clarão e a imagem de uma mulher suplicando por ajuda.

Ao chegarem neste mundo estranho, elas são recepcionadas por um mago, chamado Clef que explica o motivo de elas terem sido chamadas - a Princesa Emeraude, que era o pilar que sustentava o mundo chamado Cefiro, foi aprisionada por Zagato. E, enquanto ela estiver aprisionada, Cefiro corre o risco de ser destruído, pois é através das orações da Princesa é que o mundo pode se manter em paz.

Para isso, Clef cria armaduras para as três que conforme seu desempenho, elas evoluem. Para obter armas para chegarem onde a Princesa está aprisionada, elas seguem para a casa de Presea, a ferreira que é capaz de forjar armas de qualquer material. Presea empresta armas para que as meninas vão para a Fonte Eterna, onde o material Escudo se encontra, a fim que a ferreira possa fazer as armas para elas. Mas para isso, elas terão que atravessar a Floresta do Silêncio, onde a magia não funciona e ir desarmado é morte na certa.

Acompanhadas por Mokona, um animal branco que mais parece um coelho em forma de manju, mas que sabe o caminho e pode fornecer tudo o que elas precisam, as meninas enfrentam toda a sorte de inimigos e criaturas estranhas, dentro da floresta e na Fonte Eterna.

Quando elas conseguem as armas forjadas com o novo material, as três garotas - chamadas de Guerreiras Mágicas, conforme consta na lenda contada em Cefiro - vão para o lugar onde Emeraude estava aprisionada. Enfrentam Zagato e acabam por eliminá-lo. O que as meninas não sabiam era que, o motivo pelo qual Emeraude estava confinada, era que, por ser o pilar de Cefiro, ela teria que se concentrar nas orações para manter o mundo. O porém foi que ela se apaixonou por Zagato, seu guardião, e já não poderia mais se concentrar nas orações - porque seus pensamentos estavam somente concentrados em seu grande amor -, por isso que ela mesma se confinou e convocou as Guerreiras Mágicas para... matá-la!!! (Porque nenhum morador de Cefiro poderia fazer tal ato)

Após um breve batalha com o lado negro de Emeraude, as Guerreiras Mágicas não tiveram outra escolha, a não ser matá-la. Emeraude morre agradecendo às meninas, que ela poderá ser livre e feliz ao lado de quem ela amou.

As meninas são mandadas de volta para o mesmo lugar de onde elas foram transportadas - na Torre de Tóquio.

A segunda fase, passa-se um ano depois. As três meninas, ainda sofrendo com a morte de Emeraude, encontram-se na Torre de Tóquio e novamente são transportadas para Cefiro - mas o mundo havia mudado e, sem o Pilar, o planeta estava fragilizado. E ainda para completar, Cefiro estava sendo disputado por três planetas - Autozam, Fahren e Chizeta.

Autozam era um planeta tecnologicamente avançado, que tem a intenção de usar o Pilar de Cefiro para eliminar a poluição do ar de seu planeta; Fahren, cujo planeta lembra a China, tem como líder Lady Aska, que quer transformar Cefiro num mundo onde seus desejos se tornem realidade; Chizeta, que lembra um país árabe, é liderado pelas irmãs Tarta e Tatra, que querem usar Cefiro como colônia a fim de resolver o problema de superpopulação.

Ao defender o castelo, elas decidem que o destino do planeta não é responsabilidade somente de uma pessoa - tal como a Princesa Emeraude, que tinha que zelar pelo planeta todo e, se sucumbir, teria que ser sacrificada por um novo guerreiro e escolher um novo pilar e assim sucessivamente, num ciclo infinito.

Mokona revela a Hikaru e Eagle Vision (líder do planeta Autozam) que foi o criador de Cefiro e suas leis, que criou após testemunhar a violência e natureza destruidora das pessoas de um planeta que havia criado antes, a Terra. Foi também o responsável de ter trazido de volta as três garotas a Cefiro, para que pudesse salvar o pilar. Hikaru, que havia sido escolhida como novo Pilar, se rebela contra o sistema imposto e decreta que a responsabilidade do planeta não pode ser somente de uma pessoa.

No final, as três garotas retornam a Cefiro para visitar os amigos e ver como os líderes de seus respectivos planetas estavam trabalhando para resolver os problemas de cada um.



Sobre a obra: CLAMP é um grupo formado por quatro mulheres - Satsuki Igarashi, Nanase Ohkawa, Tsubaki Nekoi e Mokona Apapa. Começaram como doujinshika, com onze membros (era conhecido como Clamp Cluster) nos anos 80. Quando resolveram fazer material próprio, trabalharam com o manga RG Veda, que tornou-se sucesso quando foi publicado pela revista Wings (da editora Shinshokan).

Magic Knight Rayearth foi um pedido do editor da revista Nakayoshi para o grupo CLAMP que criasse uma história que pudesse ter apelo forte para crianças do primário ou ginasial, mas o grupo queria atingir leitores mais adolescentes. Devido ao sucesso de Sailor Moon (publicado pela mesma editora), Ohkawa decidiu seguir adiante a idéia de usar robôs gigantes, RPG (role playing game) e fantasia. Apesar de ter atingido mais o público adulto e a maioria masculina e quase terem encerrado a série na primeira fase, o grupo ainda seguiu a segunda temporada. Até hoje, o manga é um dos maiores sucessos do grupo, junto com Cardcaptor Sakura.



Curiosidades:

- Quando CLAMP idealizou o tema, resolveu batizar quase todos os personagens com nome de carros, para facilitar a leitura e tornar interessante para as crianças. Alguns modelos já sairam do mercado e alguns eram de outros países. Uma comunidade fã do manga chegou a listar quase todos os nomes dos personagens. (Fahren, que era o planeta de Lady Aska, muitos anos atrás era o nome da concessionária da Volkswagen no Japão).

- Os nomes das três protagonistas são relacionados com elementos naturais - fogo (Hikaru), água (Umi) e ar (Fuu).

- A personagem Hikaru Shidou é uma das favoritas entre as membros da Clamp, e uma das mais votadas entre os leitores. Um dos motivos seria seu comportamento típico de menino e sua parte inocente, mas também consegue ser adulta.

- Quando saiu em anime, obviamente muita coisa difere do manga - inclusão de personagens que se tornaram originais na TV, como Innova, Nova e Debonair; o destino de Presea (no anime ela morre, o que depois se tornou um problema quando foi feito a segunda fase - criaram a irmã gêmea Sierra); os monstros de Ascot que no manga não tinham nome; a depressão de Hikaru (que só é visto no anime).

- Para evitar problemas de copyright, em uma cena do anime, onde Umi se desespera por estar num mundo onde não tem sorvete Haagen-Dazs, restaurante Denny's e lanchonete MOS Burger (mencionados no manga), os nomes foram removidos. Na tradução em português (pela JBC), os nomes também não foram mencionados.

- "Yuzurenai Negai", da cantora e compositora Naomi Tamura, foi o primeiro million seller em 1995 - e fez sua primeira aparição no programa de fim de ano Kouhaku Utagassen. Outra música que também é de Tamura, foi usada na segunda temporada do anime, "Hikari to Kage wo Dakishimeta Mama".

- "Lullaby ~ Yasashiku Dakishimete", que foi encerramento da segunda temporada, foi interpretada por Minako Honda, famosa como aidoru singer nos anos 80~90 e depois como atriz de musicais como "Miss Saigon", "The King and I" e "Les Miserables". Faleceu em 2005.

- Tem um OVA (Original Video Animation) de três partes, cujo enredo difere completamente do manga e do anime.

- No Brasil, foi transmitido pela emissora SBT entre 1996 a 1999 (em vários horários). A versão traduzida foi publicada pela editora JBC em doze volumes (mas os bônus que vinham no original não vieram na edição brasileira)

Opinião da Autora: Sou suspeita em falar do mangá porque na verdade foi um dos primeiros que li depois de muito tempo. Aliás, assisti primeiro o anime pra depois ler o mangá. E o que acontece? Fiquei mais fã do mangá do que do anime, muito porque achei o anime meio sombrio demais (não superei a morte de Presea, por exemplo), e achei a arte do mangá bem melhor. Foi a partir de Rayearth que eu comecei a admirar o trabalho do CLAMP (cheguei a ir numa mostra em Kawasaki), mas confesso que não cheguei a entrar na onda quando Cardcaptor Sakura surgiu e continua fazendo sucesso até hoje, ganhando até uma sequência - Cardcaptor Sakura Clear Cards.

Vamos lá: a parte de design, virou marca registrada do grupo. Mas existem outros trabalhos em que o traço é completamente diferente (como "Suki, dakara suki", outro manga que em breve resolva fazer uma resenha). Mas se verem trabalhos como RG Veda, CLAMP School Detectives e X/1999, por exemplo, é notável o traço de ambos, junto com Rayearth.

Rayearth ganhou muitos fãs no mundo por ter um enredo diversificado, como inclusão de elementos de RPG, robôs, magia em um mangá shojo. Foi dessa forma que até meninos começaram a gostar da história.

Recentemente, a empresa que produz a linha de figures figma lançou a nova versão de Rayearth. Até o momento desta postagem, já foram lançados os figmas de Hikari e Umi. O de Fuu está previsto ainda até abril deste ano.

Fontes: Wikipedia, site oficial da Clamp. 
Imagens: Google.

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